Opinião
Por que Sérgio Moro se alinhou com a extrema-imprensa?
O ex-juiz federal aparentava ser um forte candidato em 2022.
Se você faz amizade com alguém na política, em caso de uma ruptura relacional, torna-se necessário justificar o acontecido para que qualquer movimento na direção de um ataque a este “ex-amigo” tenha algum sentido ou alguma razoabilidade para quem o testemunha.
Podemos perceber que Sérgio Moro não faz ideia do que seja isto que acabo de escrever. O político resolveu escrever colunas e dar entrevistas aos veículos de imprensa que mais procuram veladamente sabotar o governo Bolsonaro.
Quando ocorreu o episódio de seu pedido de demissão – pedido este repleto de componentes políticos e midiáticos – Moro, logo após o ocorrido, procurou a Rede Globo de Televisão para “vazar” conversas privadas com a parlamentar e afilhada Carla Zambelli, onde uma frase acabou se tornando viral na internet: “Prezada, não estou à venda.”
Pois bem. Você pode construir a sua história num caminho pavimentado ou tortuoso. E a história da política brasileira nos mostra que todo político que tenta ser simpático a certos canais de comunicação recebe como recompensa uma forte rejeição popular e a perda da própria credibilidade perante a opinião pública.
Até porque uma das instituições da democracia brasileira, que são dotadas de menor credibilidade por parte da opinião pública é a imprensa, em especial às citadas no enunciado deste artigo.
Sinceramente, Moro aparentava ser um forte candidato a derrotar Bolsonaro em 2022.
Aparentava.
Considerando esta série de atitudes completamente desprovidas de razoabilidade política, creio que o ex-juiz federal e ex-ministro da República agora não consegue nem ficar em segundo lugar no futuro pleito.
Ainda bem que Sérgio Moro disse não estar à venda. Porque outro ponto a se considerar é que soa no mínimo estranho tal proximidade com veículos de mídia bastante tendenciosos e, muitas vezes, mais militantes do que propriamente comprometidos com a notícia.
A história irá comprovar o que cada um diz e faz. E ela costuma ser implacável com quem não é nem frio nem quente, mas morno.
